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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Velha companheira.

ah! minha viola, que tantos sons ja produziu!

que saudade dos acordes brilhantes, dissonantes ou
simplesmente afinados, que de teu bojo emanava.
Hoje estás encostado num canto, à espera do meu canto
e do meu toque em ti.
Toque às vezes carinhoso e suave, outras vezes bruto,
quase indelicado.
Teu braço, teu corpo, tua curvatura, tua aparerência.
Tudo continua como sempre. Não envelhecestes.
Sinto-me tentado a... agora mesmo envolver-te
em meus braços, e enquanto lhe toco com meus dedos,
dizer-te quase sussurrrando: acorde!
E por fim, num acorde menor, quase triste, te fazer cantar
uma doce melodia.

Adriano Monteiro

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