eu comedor de catedrais e mitos
atravesso o deserto
com medos e verdades
sentinelas de carne a vigiar o dia
é a hora exacta
de apareceres no meu quadrante
influência súbita permanência e dia:
tu a fera o muro
o pássaro de plumas
serpente que se alimenta de mim
surges e devoras este corpo de fogo
reminiscência frágil de veneno e crime
ou fênix apenas renascida
em qualquer caso surges
exterminas ainda
a eventual sobriedade que denuncio
fidelidade não
não era permitido ver o sol
porque chovia
Lourenço de Carvalho
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