"...A ninguém te mostres muito íntimo, pois familiaridade excessiva gera desprezo..."
São Tomás de Aquino
tudo o que der na cabeça, sobre qualquer coisa, a qualquer hora, onde quer que seja.
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quinta-feira, 30 de junho de 2011
Rio das Ostras Jazz e blues Festival 2011
Eu fui, e vi, Yellowjackets, Nicholas Payton, José James e Jane Monheit. MARAVILHOSO. |
domingo, 26 de junho de 2011
Bengaló
Bicos elásticos sob o jérsei
um maxixe escorrega dos dedos
de Gilberta
janelas
sotas e ases desertam o céu das estrelas de rodagem
o piano vox-trota
domingaliza
um galo canta no território do terreiro
a campainha telefona
cretones
o cinema dos negócios
planos de comprar um forde
um piano fox-trota
janelas
bondes
Oswald de Andrade
um maxixe escorrega dos dedos
de Gilberta
janelas
sotas e ases desertam o céu das estrelas de rodagem
o piano vox-trota
domingaliza
um galo canta no território do terreiro
a campainha telefona
cretones
o cinema dos negócios
planos de comprar um forde
um piano fox-trota
janelas
bondes
Oswald de Andrade
quarta-feira, 22 de junho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
sexta-feira, 17 de junho de 2011
domingo, 12 de junho de 2011
sexta-feira, 10 de junho de 2011
OS EXILADOS
Eles tristes, das praias do desterro,
Os olhos longos e arrasados de água
Estendem para aqui... Cravado o ferro
Da saudade têm n’alma; e é negra mágoa
A que lhes rala os corações aflitos,
É a maior da vida - são proscritos,
Dor como outra não há, é a dor que os mata!
Dizer eu: «Essa terra é minha... minha,
Que nasci nela, que a servi, a ingrata!
Que lhe dei... dei por ela quanto tinha,
Sangue, vida, saúde, os bens da sorte...
E ela, por galardão, me entrega à morte!
ALMEIDA GARRET
quarta-feira, 8 de junho de 2011
NOTA SOCIAL
O poeta chega na estação.
O poeta desembarca.
O poeta toma um auto.
O poeta vai para o hotel.
E enquanto ele faz isso
como qualquer homem da terra,
uma ovação o persegue
feito vaia.
Bandeirolas
abrem alas.
Bandas de música. Foguetes.
Discursos. Povo de chapéu de palha.
Máquinas fotográficas assestadas.
Automóveis imóveis.
Bravos...
O poeta está melancólico.
Numa árvore do passeio público
(melhoramento da atual administração)
árvore gorda, prisioneira
de anúncios coloridos,
árvore banal, árvore que ninguém vê
canta uma cigarra.
Canta uma cigarra que ninguém ouve
um hino que ninguém aplaude.
Canta, no sol danado.
O poeta entra no elevador
o poeta sobe
o poeta fecha-se no quarto.
O poeta está melancólico.
Carlos Drummond De Andrade
O poeta desembarca.
O poeta toma um auto.
O poeta vai para o hotel.
E enquanto ele faz isso
como qualquer homem da terra,
uma ovação o persegue
feito vaia.
Bandeirolas
abrem alas.
Bandas de música. Foguetes.
Discursos. Povo de chapéu de palha.
Máquinas fotográficas assestadas.
Automóveis imóveis.
Bravos...
O poeta está melancólico.
Numa árvore do passeio público
(melhoramento da atual administração)
árvore gorda, prisioneira
de anúncios coloridos,
árvore banal, árvore que ninguém vê
canta uma cigarra.
Canta uma cigarra que ninguém ouve
um hino que ninguém aplaude.
Canta, no sol danado.
O poeta entra no elevador
o poeta sobe
o poeta fecha-se no quarto.
O poeta está melancólico.
Carlos Drummond De Andrade
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